quinta-feira, 20 de maio de 2010

Voar, voar. Subir, subir.


Fila do check-in com um infeliz enfiando o carrinho no seu calcanhar imaginando que assim chegará mais rápido na sua vez. Fila para o embarque já que os fiscais da Policia Federal estão recolhendo os cortadores de unha e tirando o cinto, a calça e a cueca de algum pobre coitado que foi sorteado no detector de metais. Fila do bar dentro da sala de embarque para comprar um maldito pão de queijo já que cereal em barra às 7h30 não está no seu cardápio.

Troca de portão de embarque e a boiada corre para fazer... Outra fila. Você entra e encontra todo mundo amontoado naquele tubo minhocudo abafado ou congelado esperando para entrar na aeronave.

Enfim você chega ao seu destino... Sua confortável poltrona de corredor. Senta e percebe que ao seu lado um serzinho espaçoso de um metro e noventa e oito quer ler a folha de São Paulo que deve ter um metro de largura! Você percebe o cotovelo dele enfiado no seu pescoço mas ele não. Você chama a atenção com um sorriso maroto mas ele resmunga, puxa um catarro do fundo do seu pulmão de fumante e fica coçando a garganta de cinco em cinco segundos sem perceber que você existe.

Enquanto isso uma senhorinha simpática se apóia na sua poltrona para colocar uma maleta no compartimento. Apóia e solta, apóia e solta, apóia e solta... E não percebe que com isso sacode a sua cabeça igual um pinto ciscador pra frente e pra trás. Você olha e sorri marotamente.

A garçonete de avião passa esbaforida pelo corredor e quase desloca seu ombro que a essa altura já está exposto no corredor devido a sua tentativa de fugir do contato físico com o filhote de chewbacca ao seu lado.

Seus joelhos expremidos na poltrona recebem uma pressão ainda maior pois o pentelhinho da frente teima em descer o encosto antes da hora. Sua mãezinha sem nenhuma autoridade diz pacientemente para que ele retorne a poltrona. A poltrona vai e vem, vai e vem, vai e vem... Você olha e dá um sorriso extra-maroto para o menino já à essa altura querendo fritá-lo em banha quente!

Cansado de sorrir marotamente você coloca o fone no ouvido e finge estar na Primeira Classe da Emirates Airlines ao som de Byafra...

Enfim... paz! Até o desembarque né... Mas isso é outra história.

Voar, voar. Subir, subir...

2 comentários:

  1. Hahaha,
    Fez falta não ver meu irmão aqui em Sampa.
    Ainda bem que o Festival de luvas está ai para nos reecontrarmos.
    Abrasssssss

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  2. é sempre a mesma novela...mas viajar é tão bom que a gente esquece tudo isso e embarca novamente...na mesma novela! fazer o quê. quando a gente dominar o teletransporte vão haver outros probleminhas. imagina aí e escreve vai!

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